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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Instinto Liberto




É interessante como alguns instintos tão primitivos ainda encontram-se tão enraizados na mente humana.

Recentemente, em mais uma de minhas incursões de bicicleta, me ví apostando corrida com uma moto! Foi algo completamente irracional e ao mesmo tempo completamente natural.

Em um momento estava pedalando lentamente, aproveitando a paisagem de forma relaxada e despreocupada.

No momento seguinte ouvi um grito agudo, estridente e então uma moto surgiu ao meu lado e disparou pela ciclovia.

Parei de pensar. Senti que todo o meu corpo se retesava levemente. A adrenalina espalhando-se, sem motivo aparente. Foi apenas quando minhas pernas começaram a se mover de forma rápida, violenta e ritmada que eu entendí o motivo. Meu corpo se preparava para uma explosão.

Ganhei velocidade rapidamente, e em alguns segundos (dezenas deles), ja havia reduzido à menos da metade a distância entre eu e a moto.

Continuei pedalando, diminuindo a distância entre nós a cada segundo. Porém, quando estava prestes à passá-la, um carro vindo na direção oposta ocupou todo o espaço que restava na rua estreita, obrigando-me a parar.

Apertei com força o freio da roda traseira enquanto a bicicleta derrapava sobre o asfalto coberto de areia, parando à uns bons 15 cm de distância da roda traseira da moto.

Tão logo parei, a moto arrancou, ganhando distância novamente. O carro passou e eu disparei atras dela.

Não demorou para que eu à alcançasse novamente.

Me mantive atrás dela por um tempo e então caí para a esquerda da pista, e, enquanto ela fazia o mesmo, disparei pela direita tomando a frente e acelerando como um louco até parar no sinal de um cruzamento.

Uns 3 ou 4 segundos depois a moto parou do meu lado e, para minha surpresa, havia uma criança nela. Não dirigindo, é claro, mas feliz da vida segurando o guidon da moto junto com o homem que parecia ser seu pai.

No momento em que olhei para a criança, meu corpo relaxou. Eu saí da "corrida". Sorri para o garotinho que me olhava desconfiado e atravessei o cruzamento por entre os carros que passavam, seguindo o meu caminho mais uma vez tranquilo ao som da música.

Saulo Estêvão Marques Machado

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