É muito chato estar sozinho.
Não sozinho no mundo, isolado de qualquer outra vida humana, isso seria de enlouquecer qualquer um a médio ou longo prazo, mas sozinho no que se refere a relações afetivas.
Sentimos falta de romance. De paixão. De ter ao seu lado aquela pessoa especial com quem se possa compartilhar suas felicidades, seus medos, pensamentos e sentimentos, que por vezes são tão fortes que mal cabem dentro de nós.
Mas pra dar certo, esse sentimento tem que ser mútuo. Não adianta ser platônico. Unilateral. Temos que ser especiais para essa pessoa também.
Você pode ser essa pessoa especial para alguém e essa pessoa simplesmente não representar o mesmo pra você, a ponto de você não parecer notá-la. E o contrário também acontece... As vezes a pessoa que na sua visão cumpriria com perfeição esse papel especial em sua vida, a pessoa por quem você morreria se preciso, simplesmente não esta nem aí pra você.
Parece injusto quando acontece com a gente, mas na maioria das vezes não é bem assim. Talvez nós simplesmente não tenhamos a oferecer o que a pessoa precisa para ser feliz ou apenas não sejamos a pessoa especial que ela busca. Seria egoísmo impor um relacionamento a alguém nessas condições.
Amor e carinho só tem valor quando dados de bom grado, sem que nada os force a acontecer. Não vale a pena investir seu tempo e esforço em um relacionamento baseado em mentiras, ilusões e comodismo que ao invés de aumentar a felicidade de cada um só tornaria ambas as partes mais tristes, distantes e frias.
Por mais cansado, frustrado ou deprimido que se possa estar por se encontrar solitário, vale muito mais a pena investir em sí mesmo enquanto a sua pessoa especial não aparece do que se afundar cada vez mais em um relacionamento vazio e sem sentido.
Ao invés de caçar borboletas, devemos cuidar de nosso jardim. Se o fizermos, um dia as borboletas virão. E o farão por vontade própria. Por reconhecer a beleza que alí se encontra. Se ficarem será por vontade própria. E isso faz toda a diferença.
Cada um é responsável por sua própria felicidade. Se não conseguimos ser felizes por nós mesmos, como poderemos tornar outra pessoa mais feliz?
Saulo Estêvão Marques Machado
